Leptospirose: O perigo entre poças e patas
Doença grave pode ser evitada com simples cuidados.
27/08/2025

A leptospirose é uma zoonose de importância global, causada por bactérias do gênero Leptospira, que acomete diversas espécies de mamíferos, incluindo animais domésticos e seres humanos. Sua transmissão ocorre principalmente por meio do contato direto com urina de animais infectados ou com ambientes contaminados — especialmente em períodos chuvosos e de alagamentos, quando a disseminação da bactéria se intensifica.
Ciclo Epidemiológico da Leptospirose
A doença afeta a maioria dos mamíferos, apresentando sintomas distintos e podendo perdurar danos permanentes se não tratada adequadamente. Os principais hospedeiros são os roedores, que não desenvolvem a doença, mas eliminam a bactéria na urina, contaminando o ambiente e causando infecção às espécies que entrarem em contato. A doença apresenta um ciclo complexo, envolvendo hospedeiros de manutenção e hospedeiros incidentais:
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Hospedeiros de Manutenção: Espécies capazes de abrigar a bactéria sem manifestar sinais clínicos significativos, mantendo-a em circulação no ambiente. Roedores são os principais representantes desse grupo, eliminando Leptospira pela urina e contaminando solo e água.
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Hospedeiro de incidentais: Espécies que não participam diretamente da manutenção do agente no ambiente, mas podem desenvolver quadros clínicos graves. A infecção nesses hospedeiros costuma induzir uma resposta imune intensa, com manifestações sistêmicas significativas. Incluem cães, bovinos e humanos
Vale ressaltar que a umidade e temperaturas moderadas contribuem para a sobrevivência destas bactérias no ambiente. Após a infecção, o período de incubação varia entre 4 a 20 dias. A fase aguda da leptospirose dura de 7 a 10 dias, com disseminação sistêmica da bactéria e comprometimento de órgãos como rins, fígado, pulmões e sistema nervoso central.
A apresentação clínica varia de acordo com a cepa, carga infectante e estado de saúde do animal. A excreção urinária de leptospiras marca o fim da fase bacterêmica, mas a recuperação funcional dos tecidos pode demorar, dependendo da gravidade das lesões.
Prevenção e Tratamento
A prevenção da leptospirose envolve ações de controle ambiental, imunização e educação sanitária:
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Vacinação de animais domésticos, especialmente cães e bovinos
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Controle de roedores em áreas urbanas e rurais
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Gestão adequada de resíduos, evitando o acúmulo de lixo e água parada
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Desinfecção de ambientes contaminados
O tratamento deve ser iniciado o mais precoce possível afim de reduzir os riscos de complicações sistêmicas. A antibioticoterapia específica, associada ao suporte clínico intensivo, aumenta significativamente as chances de recuperação, sendo imprescindível o acompanhamento laboratorial contínuo para avaliação da resposta terapêutica e estado clínico do paciente.